Imagem: OEA obra do escritor japonês Kenzaburo Oe (Prêmio Nobel de Literatura/1994), um dos mais populares romancistas do Japão, estará presente no espetáculo teatral “Oe”, mais recente trabalho do ator Eduardo Okamoto, com direção de Marcio Aurelio e dramaturgia de Cássio Pires. O espetáculo fará sua pré-estreia nos próximos dias 5 e 6 de setembro, às 20h, no Sesc Campinas.

Para realizar “Oe”, Okamoto mergulhou no vasto universo do escritor japonês, estabelecendo relações entre a obra de Oe e a cena propriamente dita, com destaque para o romance “Jovens de um novo tempo, despertai!”. A obra aborda as interações entre o autor e seu filho mais velho, Hikare Oe, nascido com hérnia cerebral que resultou num forte autismo.

Para realizar “Oe”, Okamoto mergulhou no vasto universo do escritor japonês, estabelecendo relações entre a obra de Oe e a cena propriamente dita, com destaque para o romance “Jovens de um novo tempo, despertai!”. A obra aborda as interações entre o autor e seu filho mais velho, Hikare Oe, nascido com hérnia cerebral que resultou num forte autismo.

Como em muitas produções do escritor, o livro, que é a principal referência para a peça, sintetiza ficção, ensaio literário, mitologia e dados autobiográficos. A enfermidade do filho é recorrente na obra de Kenzaburo Oe. O filho viveu até os seis anos de idade sem desenvolver a capacidade da fala. “Não parece humano”, declara o personagem Bird, de Uma Questão Pessoal , sobre o bebê que, no nascimento, aparentava ter duas cabeças, com parte do cérebro expandindo-se por uma fenda no crânio. Demonstrando grande sensibilidade auditiva e aprendendo a falar ao reconhecer o som dos pássaros, o menino aprendeu a tocar piano e, hoje, é compositor e pianista respeitado no Japão e fora dele.

No espetáculo, porém, a obra do escritor nipônico não é lida meramente como uma narrativa de autosuperação. A partir de uma narrativa pessoal, o espetáculo propõe um chamado para novas formas de cidadania, baseadas na responsabilidade intransferível de cada ser sobre suas ações: “[há uma] conexão existente entre a violência em escala mundial, representada por artefatos nucleares, e a violência existente no interior de um único ser humano”, escreve Kenzaburo Oe.

Além disso, o autor nipônico vê na ficção e no ofício do escritor uma forma, comparável ao universo simbólico dos sonhos, de significar as experiências. O mundo só faz sentido quando contado, reinventado pela história.

Como forma de representação da obra literária no espaço teatral, a dramaturgia do espetáculo não dramatiza passagens da obra do escritor japonês. “Narra-a”, observa o diretor Marcio Aurelio. Assim, mais que encontrar situações dramáticas que traduzam a literatura, o espetáculo apresenta uma espécie de leitura pública da obra. Trata-se de “tomar a obra literária como estímulo para uma nova criação, encontrando na tridimensionalidade do palco teatral a recriação de uma potência que, na escrita literária, é bidimensional”, completa.

O espetáculo usa pouquíssimos recursos materiais, concentrando a sua expressividade na tríade: espaço, ator, palavra. Num espaço praticamente vazio, o diretor encontra substrato para a abertura de imaginários do espectador. Neste espaço, o ator experiência e partilhas narrativas físicas, vocais e literárias. Os criadores, através destes procedimentos, procuram encontrar suporte para uma expressão precisa (tal qual a partitura musical) e aberta (como se vê na literatura, impulso para a imaginação).

Os ingressos para o espetáculo já estão à venda e custam entre R$ 2,00 e R$10,00  (Carta Campinas com informações de divulgação)

Ficha Técnica

Espetáculo inspirado na obra de Kenzaburo Oe
Encenação e iluminação: Marcio Aurelio
Dramaturgia: Cássio Pires
Atuação: Eduardo Okamoto
Assistência de direção: Lígia Pereira
Assistência de iluminação: Silviane Ticher
Orientação corporal: Ciça Ohno
Figurino, Cenário e Trilha Sonora: Marcio Aurelio
Assistente de Figurino e Cenário: Maurício Schneider
Fotografia: Fernando Stankuns
Design gráfico: LuOrvat Design
Orientação pedagógica do projeto: Suzi Frankl Sperber
Coordenação Técnica: Silvio Fávaro
Assessoria de imprensa: Maria Claudia Miguel
Produção executiva: Mariella Siqueira
Direção de produção: Daniele Sampaio | SIM! Cultura

“Oe”, solo de Eduardo Okamoto
Com direção de Marcio Aurelio e dramaturgia inédita de Cássio Pires
Onde: Sesc Campinas – Rua Dom José I, 270/333 – Bonfim Campinas
Quando: 5 e 6/09 (sexta-feira e sábado)
Horário: 20h
Ingressos: R$ 2,00 (Comerciário) R$ 5,00 (meia) R$ 10,00 (Inteira). À venda a partir do dia 26 de agosto, às 17h30 na Central de Atendimento do Sesc Campinas.
Informações: (19) 3737-1500