O prefeito da cidade de São Paulo, Fernando Haddad, lançou na última segunda-feira (16) um projeto inédito de compostagem doméstica, que irá distribuir 2.000 composteiras para reutilização de resíduos orgânicos. A meta da prefeitura é diminuir em 80% a quantidade de resíduos sólidos que vão para o aterre nos próximos 20 anos. Esse é um modelo que já deveria ter sido implantado e discutido em muitas cidades, inclusive em Campinas, que tem 1 milhão de habitantes.

Prefeitura distribuirá 2 mil composteiras
Prefeitura distribuirá 2 mil composteiras

A compostagem transforma restos de alimentos em adubo e reduz a quantidade de resíduos enviados aos aterros da cidade. O projeto integra a agenda ambiental da cidade de São Paulo, que inclui a criação de centrais mecanizadas de triagem de resíduos sólidos. Em 5 de junho, a Prefeitura inaugurou no bairro de Ponte Pequena a primeira central mecanizada de triagem da América Latina, que tem capacidade de processar 250 toneladas de resíduos sólidos por dia.

“Depois da entrega da central mecanizada de triagem, que vai cuidar dos resíduos secos, nós estamos iniciando um projeto em São Paulo para cuidar dos resíduos orgânicos, que pode ser aproveitado na forma de adubo orgânico, para hortas comunitárias, nos parques e nas praças”, afirmou Haddad.

Segundo o prefeito, nesta fase inicial, as composteiras serão distribuídas em caráter experimental, para avaliar os hábitos da população e formatar o melhor modelo para ampliação da escala do projeto. Durante o evento, realizado no Centro Educacional Unificado (CEU) Casablanca, zona sul, Haddad também afirmou que a ampliação da compostagem será realizada com o reaproveitamento dos resíduos orgânicos produzidos no preparo das mais de um milhão de refeições servidas na escolas municipais.

O financiamento das iniciativas é realizado pelas empresas Loga e Ecourbis, concessionárias da coleta de lixo. “Nós não estamos colocando recursos orçamentários da Prefeitura para este programa. O contrato que nós temos com as empresas de coleta prevê que 0,5% do que é pago todo mês seja investido em educação ambiental. Este programa então está sendo financiado com os recursos das concessionárias”, explicou o secretário de Serviços, Simão Pedro.

Os moradores de São Paulo interessados em participar do projeto devem se inscrever no site do Composta São Paulo. Segundo a Organização Morada da Floresta, responsável pelo projeto, os participantes serão selecionados de forma a atingir perfis diversificados de renda e de hábitos, para que a pesquisa seja abrangente das diferentes necessidades da população.

A primeira participante é Lurdes Luna, 79 anos, que nesta manhã recebeu das mãos do prefeito Haddad uma composteira doméstica do projeto. A dona Lurdes, como é conhecida na região do CEU Casablanca, estava entusiasmada com a novidade. “Vou encher de plantas esta casa. Já tenho uma hortinha com coentro, cebolinha, salsinha, couve e rúcula. Mas agora com o adubo vou poder plantar alface e mais outras verduras”, planeja Lurdes.