O diretor-presidente da Agência Nacional de Águas (ANA), Vicente Andreu Guillo, questionou a estratégia do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, de evitar o racionamento de água em São Paulo.

Diretor-presidente da ANA, Vicente Andreu Guillo
Diretor-presidente da ANA, Vicente Andreu Guillo

Ele teme que o Sistema Cantareira entre em colapso total e falte água de forma generalizada para São Paulo e região de Campinas, que recebem água do sistema. “Eles vão usar o volume morto e esperam água para novembro, em novembro deve chover, mas e se em novembro não chover?”, questionou.  Com essa hipótese, Guillo teme que possa não ter água nem para se fazer um racionamento.

O diretor-presidente da ANA insistiu em medidas restritivas para o Sistema Cantareira, pois, segundo ele, não há solução técnica de engenharia possível no curto prazo para resolver o problema de abastecimento da região metropolitana de São Paulo e da Bacia do Rio Piracicaba, que abastece a região de Campinas. “Os dirigentes [da região] têm que tomar medidas preventivas, pois são necessárias no curto prazo”, disse Guillo, sem citar nominalmente o governador de São Paulo, mas em um recado claro para Geraldo Alckmin, durante audiência pública na Câmara dos Deputados.

O nível do manancial chegou ontem à menor marca de sua história, com 13,2%% da capacidade total.“Temos que atuar com cenários restritivos, e a população é mais compreensiva do que os políticos imaginam. E, quando se toma uma medida restritiva, é no benefício da população. Temos que usar o volume morto [do sistema] com parcimônia e torcer para que chova”, completou.

O Cantareira é o maior reservatório de água de São Paulo e abastece quase 9 milhões de pessoas na região metropolitana. A situação atual é a pior desde que o sistema foi criado, na década de 1970. (Carta Campinas com Agência Brasil)