Nesta segunda-feira (9) entra em órbita pela primeira vez um satélite cuja construção foi financiada meio a meio por Brasil e China. O Programa Sino-Brasileiro de Satélites de Recursos Terrestres começou em 1999, quando o Cbers-1 foi enviado ao espaço, mas a divisão anterior tinha apenas 30% de participação do Brasil na parceria.

Satélite Cibers3
Satélite Cibers3

O equipamento vai mapear e registrar os territórios e atividades agrícolas, desmatamento, mudanças na vegetação e expansão urbana.

A fabricação do Cbers-3 foi de responsabilidade do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e da Academia Chinesa de Tecnologia Espacial. Apenas do lado brasileiro, foram investidos R$ 300 milhões para colocar em prática o projeto. Coube, então, a cada órgão, produzir ou contratar uma empresa para a construção dos componentes do satélite, como painel solar, controle térmico, sistema de gravação, além das câmeras que produzem as imagens utilizadas em estudos ecológicos, industriais, geológicos e agrícolas.

De acordo com o coordenador do Segmento de Aplicações do Programa Cbers, José Carlos Neves Epiphânio, cerca de 200 pessoas estavam envolvidas, direta ou indiretamente, na construção dos equipamentos de responsabilidade do Inpe. Segundo ele, empresas e departamentos inteiros foram criados para atender à demanda.

“As equipes trabalham intimamente. Sempre tem chinês no Inpe ou alguém daqui na China. Dependendo das fases, há mais ou menos integração”, revela. O pesquisador conta que, para o lançamento, há cerca de 30 engenheiros brasileiros na China, sendo que 12 foram há dois meses para participar dos testes.

Duas empresas brasileiras foram responsáveis pela construção das câmeras. O Cbers-3 entra em órbita com quatro desses equipamentos, sendo que uma câmera foi fabricada em São Carlos e outra em São José dos Campos, ambas em São Paulo. (Agência Brasil/Carta Campinas)